sábado, 26 de fevereiro de 2011

RESULTADO DO INQUÉRITO AVALIAÇÃO MISSÃO 2010


Esta análise tem por objectivo salientar as categorias de resposta evidenciadas pelos respondentes ao inquérito Missão 2010, nomeadamente, quanto à participação e às repercussões da participação nas actividades realizadas no âmbito da Missão 2010, para as respectivas paróquias/congregações religiosas/obras laicais.
De salientar, desde já, que a esmagadora maioria das respostas provém de paróquias, sendo escassos os contributos provenientes de congregações religiosas e obras laicais. Por outro lado, foram muitas as não-respostas detectadas, ou seja, a expressão “repercussões desta actividade” foi interpretada por muitos respondentes apenas como uma concretização da resposta anterior (por exemplo, se na questão 1.a) tinha sido respondido “sim” ao Canto das Janeiras, nesta questão respondia-se qualquer coisa como “crianças e adolescentes cantaram as Janeiras por toda a paróquia”).
Não obstante estas dificuldades, os resultados finais alcançados permitem obter também uma imagem qualitativa do tipo de repercussões que a Missão 2010 suscitou nas paróquias/congregações religiosas/obras laicais da diocese do Porto.
Em anexo encontra o documento com a apresentação final de resultados:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

8º Domingo do Tempo Comum


 
A liturgia deste 8º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre as nossas prioridades.
Recomenda que dirijamos o nosso olhar para o que é verdadeiramente importante e que libertemos o nosso coração da tirania dos bens materiais.
De resto, o cristão não vive obcecado com os bens mais primários, pois tem absoluta confiança nesse Deus que cuida dos seus filhos com a solicitude de um pai e o amor gratuito e incondicional de uma mãe.
O Evangelho convida-nos a buscar o essencial (o “Reino”) por entre a enorme bateria de coisas secundárias que, dia a dia, ocupam o nosso interesse. Garante-nos, igualmente, que escolher o essencial não é negligenciar o resto: o nosso Deus é um pai cheio de solicitude pelos seus filhos, que provê com amor às suas necessidades.
A primeira leitura sublinha a solicitude e o amor de Deus, desta vez recorrendo à imagem da maternidade: a mãe ama o filho, com um amor instintivo, avassalador, eterno, gratuito, incondicional; e o amor de Deus mantém as características do amor da mãe pelo filho, mas em grau infinito. Por isso, temos a certeza de que Ele nunca abandonará os homens e manterá para sempre a aliança que fez com o seu Povo.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a fixarem o seu olhar no essencial (a proposta de salvação/libertação que, em Jesus, Deus fez aos homens) e não no acessório (os veículos da mensagem).
 
LEITURA I – Is 49, 14-15
Leitura do Livro do Êxodo
Sião dizia:
«O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-Se de mim».
Poderá a mulher esquecer a criança que amamenta
e não ter compaixão do filho das suas entranhas?
Mas ainda que ela se esqueça,
Eu não te esquecerei.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 61 (62)
Refrão: Só em Deus descansa, ó minha alma.
Só em Deus descansa a minha alma,
d’Ele me vem a salvação.

Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.
Minha alma, só em Deus descansa:
d’Ele vem a minha esperança.

Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.
Em Deus está a minha salvação e a minha glória,
o meu abrigo, o meu refúgio está em Deus.

Povo de Deus, em todo o tempo ponde n’Ele a vossa confiança,
desafogai em sua presença os vossos corações.

LEITURA II – 1 Cor 4, 1-5
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Todos nos devem considerar como servos de Cristo
e administradores dos mistérios de Deus.
Ora o que se requer nos administradores é que sejam fiéis.
Quanto a mim, pouco me importa
ser julgado por vós ou por um tribunal humano;
nem sequer me julgo a mim próprio.
De nada me acusa a consciência,
mas não é por isso que estou justificado:
quem me julga é o Senhor.
Portanto, não façais qualquer juízo antes do tempo,
até que venha o Senhor,
que há-de iluminar o que está oculto nas trevas
e manifestar os desígnios dos corações.
E então cada um receberá da parte de Deus
o louvor que merece.

ALELUIA – Heb 4, 12
Aleluia. Aleluia.
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Ninguém pode servir a dois senhores,
porque ou há-de odiar um e amar o outro,
ou se dedicará a um e desprezará o outro.
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Por isso vos digo:
«Não vos preocupeis, quanto à vossa vida,
com o que haveis de comer ou de beber,
nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento
e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu:
não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros;
o vosso Pai celeste as sustenta.
Não valeis vós muito mais do que elas?
Quem de entre vós, por mais que se preocupe,
pode acrescentar um só côvado à sua estatura?
E porque vos inquietais com o vestuário?
Olhai como crescem os lírios do campo:
não trabalham nem fiam;
mas Eu vos digo:
nem Salomão, em toda a sua glória,
se vestiu como um deles.
Se Deus assim veste a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é lançada ao forno,
não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos inquieteis, dizendo:
‘Que havemos de comer? Que havemos de beber?
Que havemos de vestir?’
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas.
Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso.
Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça,
e tudo o mais vos será dado por acréscimo.
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã,
porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações.
A cada dia basta o seu cuidado».

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acta de 14 de Fevereiro 2011


No dia 14 de Fevereiro de dois mil e onze, pelas 21,00 horas e na Sala Nova desta Paróquia de Cristo Rei da Vergada estiveram reunidos os representantes anteriormente escolhidos/nomeados pelos diferentes organismos existentes nesta Comunidade Paroquial a saber:
Movimento
Nome
Acólitos
Rui Miguel Gonçalves Neves
Catequese
Maria Ermelinda da Silva Ferreira
Comissão de Iniciativas
João José Couto Batista Pinto
Comissão de Iniciativas
Manuel Avelino Alves Cardoso
Comissão de Iniciativas
Maria Eugénia Pinto Tavares
Comissão de Iniciativas
Maria Manuela da Silva Ribeiro
Comissão de Iniciativas
Vítor Augusto Pereira dos Santos
Comissão Executiva
Esperança Pereira da Silva
Comissão Executiva
Floriano José Ferreira da Silva
Comissão Executiva
José António Barbosa Cardoso
Diácono convidado
António Avelino Valinho Luís
Diácono convidado
Joaquim Augusto da Silva Santos
Grupo Coral Gaudium et Spes
Pedro Manuel Oliveira Ferreira
Grupo Coral Juvenil
Cristina Manuela da Silva Ferreira
L.I.A.M.
Maria Rosa de Jesus Queirós
Leitores
Rosa Maria Ferreira da Silva Rodrigues Pinho (Arada)
M. E. C.
Jacinto Cardoso
M. J. / Movimento de Jovens
Sofia Alexandra da Silva Coelho
Vicentinos
António Cândido Miranda
Zeladoras
Fernanda Alves Lamas
 e, tendo como Presidente, o seu Pároco – Pe. António Teixeira Machado. Faltou o representante dos vicentinos, das zeladoras e todos os elementos da comissão de iniciativas. O Presidente dos Acólitos - Rui Miguel Gonçalves Neves - não pôde estar presente, mas solicitou à vice-presidente - Ana Lúcia Rios da Silva - para o representar. O Dr. Vítor Augusto Pereira dos Santos justificou a sua ausência em virtude de se encontrar doente.
Após a aceitação e a aprovação das atas que nomearam os responsáveis para a criação do Conselho Paroquial de Pastoral, cujos movimentos e nomes se encontram no quadro acima, a reunião começou pela leitura dos Estatutos do Conselho Paroquial de Pastoral que se anexam a esta ata.
Seguidamente foi nomeado o Secretário para a redacção das Atas, tendo sido designado Jacinto Cardoso.
Seguidamente foram redigidos os próprios Estatutos do Conselho Paroquial de Pastoral para esta Paróquia de Cristo-Rei da Vergada e que se encontram também no final desta ata.
Para os órgãos do Conselho Paroquial de Pastoral temos como:
Presidente – O Pároco
Para a Comissão Permanente foram nomeados os seguintes elementos:
António Cândido Miranda – Sector Comunitário
Floriano José Ferreira da Silva – Sector Comunitário
Jacinto Cardoso – Secretário
Maria Ermelinda da Silva Ferreira - Sector Profético
Maria Rosa de Jesus Queirós – Sector Profético
Rosa Maria Ferreira da Silva Rodrigues Pinho (Arada)– Sector Litúrgico
Rui Miguel Gonçalves Neves – Sector Litúrgico
Sofia Alexandra da Silva Coelho – Sector Profético
Do Plenário fazem parte, além do Presidente e da Comissão Permanente os restantes elementos que aqui se descrevem novamente:
António Cândido Miranda – Sector Comunitário
Floriano José Ferreira da Silva – Sector Comunitário
Jacinto Cardoso – Secretário
Maria Ermelinda da Silva Ferreira – Sector Profético
Maria Rosa de Jesus Queirós – Sector Profético
Rosa Maria Ferreira da Silva Rodrigues Pinho (Arada)– Sector Litúrgico
Rui Miguel Gonçalves Neves – Sector Litúrgico
Sofia Alexandra da Silva Coelho – Sector Profético
 António Avelino Valinho Luís
Cristina Manuela da Silva Ferreira
Esperança Pereira da Silva
Fernanda Alves Lamas
João José Couto Batista Pinto
Joaquim Augusto da Silva Santos
Manuel Avelino Alves Cardoso
Maria Eugénia Pinto Tavares
Maria Manuela da Silva Ribeiro
Pedro Manuel Oliveira Ferreira
Sofia Alexandra da Silva Coelho
Vítor Augusto Pereira dos Santos
Por fim foram aceites e aprovados os estes Estatutos que deverão ser enviados ao Ordinário da Diocese para posterior aprovação.
 E nada mais havendo a tratar foi encerrada a reunião por volta das 22 horas da qual se lavrou a presente acta que depois de lida e aprovada será assinada pelo presidente e por mim que a secretariei.
 (Pe. António Teixeira Machado)
 (Jacinto Cardoso)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

P.António Machado Abade da Vila Termal de Caldas de São Jorge...Testemunho!!!

 
Testemunho do amigo Padre António Machado Abade da Vila Termal de Caldas de São Jorge e de Cristo Rei da Vergada.
1.Desde os finais do Ano 2009 tive o privilégio de acompanhar muito de perto o Reverendo Amigo Padre Domingos de Azevedo Moreira, digníssimo Abade de Santa Maria de Pigeiros que o seria quase por 50 anos.
Tarde o conheci, melhor tive o privilégio de o conhecer pertinho, dando por desperdiçado os cerca de 27 anos que o conhecia desde a minha chegada à hoje Vila termal de Caldas de São Jorge a 8 de Janeiro de 1984.
Entretanto durante os mais de 27 anos que me encontro em Caldas de São Jorge  fui tomando conhecimento e consciência da sua excelente pessoa e inconfundível personalidade, elevada cultura  e invejável sabedoria.
“ Ele que era rico (em sabedoria, cultura, ciência) fez-se pobre para  conquistar para Cristo!
Da sua rica pobreza enriqueceu a muitos da miséria!”
Tão tarde o conheci e se mais cedo o soubesse muito mais o teria estimado. E  estimei.
 2. À medida que me foi dada a oportunidade de conhecer a sua identidade e personalidade, da sua obra e exemplaridade existencial  subiu vertiginosamente a graduação e a estima na minha mente e minha alma a mais elevada  consideração.
Soube que o Reverendo Padre Domingos esteve em Caldas de São Jorge  de 1978-1978, durante seis meses, não reconhecidos, não estimados, não prezados, subestimados e redutoramente avaliado..  e do que tenho muita pena!
Entretanto o mesmo exercia o seu ministério docente no Externato Castilho seguidamente no Liceu, São João da Madeira, onde o Grego, Latim, Educação Moral e Religiosa Católica eram a vertente e o vector educacional, somando os seus proventos financeiros merecidos aos redutos contributos da sua actividade pastoral, tanto em Pigeiros, como mais tarde Admnistrador de Guisande e ainda concomitantemente na continuidade da paroquialidade de Pigeiros que por um triz o era a quase por 50 anos.
Paira na mente, no espírito, memória das suas gentes e na minha aquela fisionomia franzina, simples, simpática, sorridente, sábia  e mesmo não tendo “transporte próprio” (viatura), recorria à boleia depois de ter posto de parte a sua “chibinha”
( para outros reca) que o  fez cair  na estrada da Galga, Pigeiros,deixando  medalhas e condecorações na testa e resto do corpo para não falar da roupa estragada e que depois foi encostada definitivamente para o inferno da sucata. Foi bem feito. Não é assim que se trata o Senhor Doutor, um Sacerdote, um Sábio, um Pastor!
3. Então é vê-lo à boleia feito pendura de camionistas, em bina de motoreta, de viaturas de particulares de condutores simpáticos e simpatizantes, passageiro de lugar cativo da Feirense e da Rodoviária Nacional.
As  Bibliotecas, Arquivos, Universidades, tanto Distritais como Nacionais têm agora os olhos arregalados e embasbacados por não o verem percorrer as suas estantes, escrevaninhas e arquivos! O mesmo reclamam as  montras e as Livrarias, Editoras do Porto, de Braga, de Santiago de Compostela, os alfarrabistas e tantas outras.
 4. E então é vê-lo desde Oliveira do Douro em 1961 até ao presente a investigar, a escrever, publicar obras e trabalhos da sua vasta e extensa bibliografia publicada e esparsa.
De tudo o que foi publicado estava na sua mente a próxima publicação da “Imitação dos Anjos” de Santo Isidoro de Sevilha e a Vita Christi de Ludolfo da Saxónia. Só o não fez porque não houve tempo do tempo que era preciso. Precisava dos livros do mesmo título e autor em Latim que o não conseguiu e não lhe foi incivilmente dispensado mas conseguido  no dia do seu falecimento e no dia seguinte via internet pdf de Toronto do Canadá! A Imitação de Maria a levou consigo, mas não teve tempo de levar a Imitação dos Anjos e da Vida de Cristo em Português. Mas tanto uma como outra ficam para a próxima e para os mais corajosos, cumpridores e admiradores.
 5. Todavia a partir dos finais de 2009 não sei se por casualidade, empatia e simpatia me aproximei desta personalidade simples, impar, singular, histórica.
Famosas foram as idas à Universidade de Compostela, a Ribadumia,  Vigo, Tuy fora as restantes saídas solicitadas e provocadas como a Paredes de Coura, Caminha, Ponte de Lima, Punhe ( Barroselas – Mesa dos quatro Abades), Vila do Conde, Póvoa do Varzim, Braga, Guimarães, Coimbra, Lisboa, Vale de Cambra, Arouca, Famalicão, Lorvão, Penacova e tantas outras localidades.
Não ficou esquecido o Marco dos Quatro Concelhos e quatro presidentes a seguir a Rebordelo, juntando Santa Maria da Feira, Gondomar, Castelo de Paiva e Arouca.

6. De realçar a sua esplendorosa e agradável presença como companhia  de viagem sempre falante, diálogo sobre qualquer assunto desde o mais sério, pungente,  ao mais anedótico e hilariante! Impecável.
Nas suas viagens nunca pedia para parar e comer. E se o fazia era rápido e frugal. Então para caminhar e andar a pé era preciso o acompanhante estugar o passo.
Aceitava tudo o que lhe davam e ofereciam e apresentava sempre a sua frase e dito tão simpático e agradecido:”a miséria agradecida reconhece tão prestimosa dádiva e oferta! Deus lhe pague!”
 7. De referir a sua pressa em estar a tempo e horas nas paróquias em detrimento de viajar cedo, de madrugada, para “ castigo “ do condutor de deitada tardia e de ter de madrugar cedo. Mas vá lá, valeu a pena.
Tanta coisa havia a dizer a este respeito mas fica para ulteriores escritos e menções.
 8. Interessantes os encontros matutinos no Café Forno Quente fronteiro à Igreja Matriz de Pigeiros onde todas as manhãs se encontrava aproveitando estrategicamente o espaço logístico, quentinho e panorâmico que a residência Paroquial lhe roubava, e os seus livros o espaço lhe retiravam. Mas não tinha mal; eram os seus amigos a que o gatinho amarelo vigiava. Aí no café tudo resolvia: as homilias, as pregações, saídas e visitas de estudo, etc.
Das várias vezes que lá o encontrei houve duas inglórias. A primeira em que caiu nos degraus das escadas da Residência onde partiu a testa, amachucou o nariz e se estilhaçaram os óculos. Mas tudo se resolveu rapidamente com o concerto tanto da cabeça como dos óculos.
A segunda em que o procurei e não encontrei pois tinha sido hospitalizada de passagem em São Sebastião, seguindo de imediato para um outro Hospital de São Teotónio em Viseu onde esteve uma data de dias. Entretanto regressou a São Sebastião, que em visita inolvidável de amigos me confidenciou que esteve cinco dias do lado de lá, coma induzido. Pedi-lhe para escrever o que lá viu. Riu-se, nunca disse nada, nem escreveu. Parece que isso é usual em todos os que passam por essa situação…
9. Após o regresso hospitalar foi simpática e carinhosamente, definitivamente acolhido pela sua sobrinha Maria de Fátima de Pinho Moreira Magalhães e Marido José Magalhães e os três jovens segundos sobrinhos. Um exemplo acolhedor de solicitude, cuidado, zelo para com um sacerdote sábio, simpático, de exígua e reduzida exigência que lhe era historicamente conhecida e peculiar.
Em ampla sala polivalente de largas vistas panorâmicas para os campos e matos  fronteiros a perderem-se nos horizontes de floresta de pinheiros, eucaliptos característicos, sentia-se  livre como o pardal ou como o peixe na água na contemplação franciscana da natureza e do meio ambiente e como ermitão feliz, alegre no seu ermitério.
Lá recebia as visitas, as mais diversas: de gente simples, ilustres da cultura, da arte de bem investigar e escrever, superiores e colegas eclesiásticos.
10. Solícito pastor preocupava-o a comunidade de Pigeiros. Guisande já era de mais, muita tarefa para a sua já frágil pessoa, entretanto ao cuidado do jovem, dinâmico, simpático Vigário, digo Arcipreste, o Reverendo Padre José Carlos Ribeiro Teixeira. Os  fiéis não ficaram sem a Quarta-Feira de Cinzas, Domingo de Ramos, Semana Santa, Páscoa, etc. pelo mesmo dinamizadas.
A Pigeiros  e a Guisande nada faltou.
11. Entretanto os dias passaram-se uns atrás dos outros sempre na expectativa do nosso grande amigo melhorar e recuperar. À  Missa diária não falta enquanto pôde e teve forças, as  possíveis. Nas últimas possíveis celebrações dos dias 8 e 9 de Janeiro  já se propunha audazmente  celebrá-las em cadeira de rodas conduzindo-o ao altar com trajecto e logística incondicionado para receber e aceitar um celebrante nestas condições. Restando apenas de seguida o projecto no pensamento, sem ter passado ao papel e concretização. Foi a nega da técnica, da estratégia, da logística em conjunto com a debilidade que o impediram. Mas não tem mal, diria o mesmo se tivesse tempo do tempo para o dizer de mansinho.
12. Fica para a história todo este tempo, meses, dias e horas desde a Páscoa até ao dia 10 de Janeiro pelas 9.30 horas. Onde não faltaram “as corridas e investidas”a Guimarães ( e o impecável  e simpático Dr. Padre Hilário de São Lourenço de Selho), a Caminha, Paredes de Coura, Ponte do Lima ( e as famosas Bandas de Música Minhotas!!), Braga ( dos Arcebispos, dos Santos e do engano!), de Vila do Conde, de Póvoa do Varzim, Beiriz, Coimbra, Lorvão, Penacova, Famalicão, Requião, etc.
Como consequência de tantas voltas o Scenic ( coitado!) ainda apanhou umas focinhadas de incautos na rectaguarda de seguida recuperadas.
13. Mas desde que foi notado o seu estado grave de saúde não houve que pôr mais entraves a recusas e a omissões; e foi então seguir o ritmo dos seus pedidos e intenções: por duas vezes visitas e audiências com o grande Historiador José Matoso, Carvoeiro, Sever do Vouga. Idas ao Porto às livrarias, montras e quiosques.
Particularmente importante a do dia 4 de Janeiro onde nenhuma das livrarias da baixa do Portuense, suas preferidas, foram esquecidas e com novos carregamentos de livros. E as dificuldades  denotadas  das suas deslocações . Mas tudo correu bem!
À chegada à Igreja Matriz de Pigeiros,  ao fim da tarde do mesmo dia lá estavam os seus dois preferenciais amigos, sábios e estimados: Dr. Cândido Santos e Dr. Celestino Sá e Portela. Assunto: É necessária  e urgente a sua bibliografia. Entretanto na Igreja se iniciava a Eucaristia desse dia de terça-feira presidida pelo seu pastor. Foi a última pois as pernas já não o ajudavam. “A cabeça pede para andar para a frente mas pernas ficam para trás.”
14 . Mas faltava a próxima e que seria a última viagem e saída. Era precisamente a Coimbra  ( faculdade de Letras),  Lorvão, Penacova, Famalicão e Requião. O dia tinha de dar para tudo. Partida projectada para cedo mas foi mais tarde pelas 9.30 horas.
 “ Mas vai haver tempo para tudo”? Perguntou.
Vai haver e ainda sobrar. Sobrou pouco.
Chegados a Coimbra procurou-se saber da abertura dos serviços  da Universidade, o que foi afirmativo. E toca a andar, mas é o andas. Nem um passo. Não tem mal. Da mala saiu uma prévia e inesperada cadeira de rodas qual brinquedo prestou excelente e adequado meio de transporte e deslocação pelos corredores, átrios e biblioteca da Universidade. É mesmo jeitoso! Disse.
15. Terminada a visita a Coimbra, segue-se rumo ao Convento de Lorvão, Penacova onde se adquiriram livros de importância primacial como o Opúsculo da Irmandade e Confraria da Senhora da Boa Morte, que lhe serviu de referência na elaboração do seu generoso e bem-intencionado testamento.
E agora para onde é que se vai?
Pode-se ir a Requião, Famalicão?
Sim, pode-se ir?
Sim. Vamos lá.
E lá fomos. O pior foi encontrar a Rua do Convento e o penedo que assinalava a entrada da mesma. Mas lá se conseguiu!
Chegou-se  à Casa das Irmãs da Editora Boa Nova. Era já fora de horas. Noite escura. Não havia nada para ninguém. Eis senão quando saíram ao portão quatro jovens noviças puxando um carrinho de duas rodas de pneu que transportava lixo ou lá que fosse. Foram o nosso anjo da guarda. Trouxeram até nós as Irmãs. E tudo se resolveu.
Trouxeram mais livros: uns comprados, outros oferecidos.
Pretendia-se saber se poderiam publicar “ A Imitação dos Anjos de Santo Isidoro de Sevilha.
E talvez fosse abertura de futuras publicações de outros, quiçá até a Vita Christi de Ludolfo da Saxónia em Português…
 
16 . Logo de seguida o regresso à Reguenga em Romariz pelas 20.00 horas.
Era dia 5 de Janeiro tradicional Véspera de Reis.
Veio o dia 6, 7,8 e 9 Janeiro e a saúde do corpo franzino e débil não se compadece.
Domingo 9 de Janeiro um Domingo como qualquer outro, só que não pode celebrar a Santa Missa de que tanta gostava e adorava celebrar. Durante todo o Domingo recebeu visitas, inclusive elaborou o seu exemplar Testamento.
Veio a noite e a madrugada de segunda-feira de desconforto físico e pelas 9.30 horas as forças fraquejaram, cabendo a missão ao transcritor deste testemunho e narrativa. Depois de avisado, apresentar-se para administrar a Santa Unção, bênção apostólica acender a luzinha do círio da despedida, fecho do olhar, cerrar da boquinha da partida deste mundo para o Auspicioso e Bem-aventurado Além.
Paz a quem tanto por ela trabalhou durante a sua Vida!
"Combati o bom combate, acabei a minha carreira, guardei a fé (2Tm 4:7)."
“Sendo  rico ( no amor, na graça, exemplo e sabedoria), fiz-me pobre,
para os pobres enriquecer com a minha pobreza ( riqueza da alma e do espírito).”
Eu próprio sou o presente de quem me acolher.
“Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser,
porque quanto mais despojada é a vida humana,
maior é aos olhos do Criador.”
                                                                                               P. António Machado